Sunday, January 20, 2008

Autoretrato de um contacto virtual

A curiosidade aumenta a cada dia que as palavras me inibriam de suavidade... quem estará do outro lado de um muro que o eter demarca mas o virtual aproxima? Todos nós somos garimpeiros da felicidade quando, ao menos, pretendemos dar uma sentido à existência...
Sou um eterno insatisfeito, se calhar demasiado rigoroso comigo próprio, ansiando o novo mesmo quando reconheço a segurança dos bancos onde me acomodei... Sim, gosto do desafio das mentes e dos sentidos...
Tentei, talvez demasiadas vezes e com alguma ingenuidade, acomodar-me a um sentido de dever social e aí talvez resida a razão porque foram tantas as oportunidades perdidas para participar, em Moçambique, nesse momento que nos iria transformar a todos e criar o cenário que os poetas da justiça desejaram. Não tenho mágoas pelo percurso. Moçambique continua a ser essa ambiguidade de dádiva e oportunismo, serei eu talvez quem tenha de mudar uma certa forma estética de estar...
Essa a minha reflexão presente: A responsabilidade enorme de ter de tomar opções estéticas entre a obra que eu faria por mim próprio e a obra que mantendo contudo o rigor estético...poderia ser util a este povo!
Este apenas um pequeno levantar de véu... daí desejaria saber mais do percurso, da vida, da procura... queria entender motivações, delinear até o meu olhar fisico sobre com quem eu falo, enfim realizar um percurso tão integral quanto consentido pela interlocutora do éter.
Aqui fica, o selo de uma eterna discussão comigo próprio
Até breve

MSN

A distancia provoca o verbo que a alquimia reuniu. O sono se retira, mansinho, deixando espaço ao mergulho em que nos encontramos.
Será virtual apenas por conduzido no éter… o mesmo gaz que traz mensagens constantes do querer.
As palavras se libertam, os gestos vão perdendo timidez como se a vontade do toque se expressasse a cada minuto da noite.
De vez em quando ensombram-nos os medos. E a raiva. Porque o destino marca encontros para logo depois os destruir como uma dança sádica onde dançarinos trocam de ritmo sem aviso prévio. Como que a provocar a destruiçao do passo comum que se deseja.
Nós resistimos com o riso…afirmando nossa vontade em harmonizar o verbo e o gesto, em nos harmonizarmos nós próprios.
A pouco e pouco vamos construindo um edificio de vontade, de querer, de desejo, talvez criador doutra ansiedade pelo momento do encontro. Mas as paixões são ansia, trapézio num circo tantas vezes sem rede…
Serão risos? Serão lágrimas? O futuro não se escreve por decreto escreve-se com essa vontade que nos vem das entranhas e que nos faz confrontar pedras adversas que nos cruzam os caminhos…
Porque essa vontade nao é da razão. É do estomago da nossa existência…